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terça-feira, 29 de julho de 2014

Vê se aprende: ilustrações simples e claras contra as opressões “inocentes” que mulheres sofrem todos os dias

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Com uma série de imagens claras e até infantis, a designer brasileira Carol Rossetti combate as opressões “inocentes” que mulheres sofrem todos os dias

Letícia cortou o cabelo bem curtinho e foi chamada de “sapatão”.  Cecília pratica “pole dance” e ficou “mal vista”. Aline é bissexual e cansou de ouvir que está “indecisa” ou “confusa”. Sarah é travesti e foi ofendida em um banheiro feminino.
A designer gráfica brasileira Carol Rossetti retrata estes e outros preconceitos cotidianos e aparentemente inocentes em uma série de ilustrações que publica em sua página do Facebook. O objetivo da autora é combater de forma bem clara, por vezes com tom infantil, a tendência da sociedade de controlar o corpo, o comportamento e a identidade das mulheres.
As imagens, que abordam temas como racismo, sexismo, padrões estéticos e outras formas de opressão, se espalharam pelo mundo todo e ganharam versões em diversas línguas. Confira algumas delas na galeria abaixo.
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Fonte: Catraca Livre
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» Escola no Japão distribui cartilha de diversidade sexual a crianças e adolescente

Uma escola pública no Japão distribui há cerca de um mês uma cartilha a crianças e adolescentes para mostrar toda a diversidade sexual do ser humano. Com o nome “De quem você vai gostar”, o material foi oferecido a alunos de escolas municipais de Saitama, na região metropolitana de Tóquio.
Com a ajuda de um infográfico, a cartilha mostra por meio de setas várias combinações sexuais possíveis entre as pessoas, explicando as diferenças entre heterossexuais, homossexuais, bissexuais, transsexuais e até assexuados. O texto é dirigido a estudantes que estão entrando na puberdade.
Com ajuda de setas, cartilha mostra diversidade sexual a alunos - Prefeitura de Saitama
Em um texto abaixo das setas, é dito que a orientação sexual é feita geralmente durante a puberdade, e que cada escolha é inata, apesar de pressões sociais. Leia um trecho abaixo.
“Quando os jovens atingem a puberdade, muitas vezes eles gostam de outras pessoas, e isso é chamado de atração sexual. Dependendo de quem gosta de uma pessoa, esta é a sua orientação sexual. A maioria é heterossexual, mas as pessoas que são homossexuais e bissexuais não formam um pequeno grupo. A orientação sexual é inata e não pode ser alterada por uma intervenção; por isso, não há necessidade de alterar suas preferências. Quando se trata de compreender a orientação sexual, deve-se levar tanto tempo quanto for necessário.”
A campanha chega em um momento complicado para a diversidade sexual no Japão. De acordo com uma pesquisa da Campanha do Laço Branco pelo Respeito à Vida, que ouviu 609 estudantes, 69% dos japoneses homossexuais já sofreram algum tipo de bullying, e 30% já pensaram em cometer suicídio. Além disso, 53% deles foram agredidos verbalmente, e 49% foram ignorados ou excluídos de grupos.

sábado, 26 de julho de 2014

Por que ensinar relações étnico-raciais e história da África nas salas de aula?


Já faz alguns anos que se fala da importância de a Educação brasileira incorporar temáticas relativas à História da África e da Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares. Esse foi, justamente, o objetivo da Lei 10.639/03, sancionada pelo ex-presidente Lula no início de seu mandato. Conforme aponta a professora Nilma Lino Gomes (2008), mais do que uma iniciativa do Estado, esse marco legal reflete uma vitória do movimento negro na luta contra o racismo. Mas, afinal, o que a escola tem a ver com isso e por que essa lei existe?
Nilma Lino Gomes, mineira e professora em nível superior, se tornou a primeira mulher negra a assumir o comando de uma universidade federal (no caso, a UNILAB).
Nilma Lino Gomes, mineira e professora em nível superior, se tornou a primeira mulher negra a assumir o comando de uma universidade federal (no caso, a UNILAB).
Reflitamos, por um momento, no que aprendemos sobre a África, a cultura de matriz afro-brasileira e negros/as na escola. Além da escravidão, quase nada – a não ser que o/a leitor/a tenha tido a felicidade de encontrar um ou uma docente com preparo e disposição suficientes para lecionar esses temas.Caso contrário, a implantação curricular de uma parte importante e, diria mais, estruturante, da história e cultura brasileira fica relegada a uma função decorativa. Fala-se da escravidão, do tráfico de escravos, do abolicionismo, e só.
Vivemos em uma nação em que uma sutil maioria da população é composta de pretos e de pardos (que, somados, constituem a categoria “negros”). Entre os demais, a maior parte são brancos miscigenados. Discutir as relações étnico-raciais que construíram esse país, logo, deveria ser uma obrigação de todos os cidadãos, não importando sua origem ou etnia. São esforços que não apenas se somam na luta contra o racismo, como também na consolidação da democracia, da promoção da cidadania e no reforço à igualdade social e racial. Dado que a escola é um local privilegiado para a transmissão de conhecimentos que vieram desde as gerações anteriores, ela também se torna um dos focos do movimento negro. De uma forma ou de outra, o currículo escolar seria trazido à tona.
Essa é a intenção da Lei 10.639/03 – que posteriormente foi complementada pela Lei 11.645/08 para incluir também a questão indígena. O que a sociedade, então, ganharia com a inclusão de um debate profundo sobre história africana e cultura afro-brasileira? Conhecer a história mundial é essencial para entender o que é o Brasil no contexto das relações globais. Porém, da forma como é tratada hoje, o que se convencionou chamar de História Geral é basicamente uma narrativa europeia ou, no máximo, euro-americana (do Norte). Nem a América Latina, nosso próprio continente, é adequadamente discutida. Quanto mais um continente relegado a uma imagem estereotipada, folclorizada e pejorativa como a África.
Compreender em maior profundidade a História da África e da Cultura Afro-Brasileiro é um espelho para se entender melhor o Brasil.
Compreender em maior profundidade a História da África e da Cultura Afro-Brasileiro é um espelho para se entender melhor o Brasil.
Além disso, compreender a África desfaz a noção primária de que, naquele continente (do qual não sabemos sequer os nomes dos países), só existe miséria, fome, doenças endêmicas, guerras “tribais” e atraso. A riqueza cultural, étnica, linguística, artística, intelectual, bem como as nuances de uma história tão complexa quanto o nó que reconhecemos em uma Europa ou Estados Unidos, são deixados de lado. A África, sem sombra de dúvidas, torna-se o bode expiatório de nossa cegueira internacional, a nossa ignorância orgulhosamente ostentada em preconceitos. Nesse sentido, já se passou da hora de olhar a história mundial com outros olhos, até para entender nossa situação presente com maior cuidado e atenção.
“Essa revisão histórica do nosso passado e o estudo da participação da população negra brasileira no presente”, sugere Gomes (2008, p. 72), “poderão contribuir também na superação de preconceitos arraigados em nosso imaginário social e que tendem a tratar a cultura negra e africana como exóticas e/ou fadadas ao sofrimento e à miséria”. Em outras palavras, a sociedade se beneficiaria em muitos sentidos: tanto pedagógicos, no tocante a uma visão mais afirmativa da diversidade étnico-racial, quanto políticos, na problematização das relações de poder que marcam os diferentes segmentos da população.
Justamente, essas relações de poder – que salvaguardam os brancos em um estatuto de neutralidade, acima de qualquer suspeita, e associado a espaços de prestígio – têm um efeito direto na constituição de subjetividades dos/as negros/as. Trocando em miúdos, as desigualdades que herdamos nessa sociedade influenciam no modo pelo qual negros (e brancos) se veem como sujeitos. Têm-se demonstrado que, mesmo em contextos sociais equivalentes, as experiências de brancos e negros em função de sua cor/raça são distintas. Poderia não ser, mas o estrago já foi feito e cabe a nós dedicarmos esforços contínuos e profundos almejando a reparação.
Gravura de Jean-Baptiste Depret: figuras clássicas para se retratar a escravidão. Mas devemos ficar só nesses temas?
Gravura de Jean-Baptiste Depret: figuras clássicas para se retratar a escravidão. Mas devemos ficar só nesses temas?
Voltando aos conteúdos que estudamos sobre questão racial na escola, há de se ressaltar que reduzir a abordagem desta questão ao fenômeno da escravidão é um viés bastante problemático. A impressão que fica é que os negros surgiram de um ambiente sem uma cultura prévia, capturados da escuridão de um algum lugar da “África”, e trazidos ao Brasil na condição naturalizada de “escravos”. Ora, homens e mulheres que foram forçados a trabalhar em condições degradantes até o século XIX não eram apenas escravos, e simescravizados – seres humanos extraídos à força para alimentar um mercado deplorável.
Ainda, esse período trágico da história brasileira e mundial parece ser apresentado como se não guardasse nenhuma relação com o presente. Dá a impressão de que existiu no passado, sem ligação com o sistema econômico e político, e foi abolido por uns pequenos esforços abolicionistas, dentre os quais a atuação do Zumbi dos Palmares e da Princesa Isabel. Trata-se de um retrato absolutamente despolitizado da escravidão, abordada como uma página virada, uma gravura isolada de Jean-Baptiste Debret, uma fatalidade que foi em seguida corrigida.
Por essas e outras, uma perspectiva mais refinada da história africana e da cultura afro-brasileira, ambas presentes em praticamente tudo que compõe essa nação, é um importante passo naeducação para as relações étnico-raciais. E aqui Gomes (2008) enfatiza a faceta das relações, no sentido que envolvem mais de um sujeito, são datadas historicamente, e permitem que se enxergue tanto a produção dos privilégios quanto das opressões.
Há múltiplas formas pela qual a questão étnico-racial pode adentrar o ambiente escolar e, em alguma medida, muitas delas já estão lá e só precisam ser abordadas, como a recorrente prática de capoeira.
Há múltiplas formas pela qual a questão étnico-racial pode adentrar o ambiente escolar e, em alguma medida, muitas delas já estão lá e só precisam ser abordadas, como a recorrente prática de capoeira.
E aí surgem outras perguntas: os docentes estão preparados para essa empreitada? Como trabalhar isso em sala de aula? Essas são questões que fogem do escopo deste texto, até porque eu não me atreveria a fornecer um manual prático. No entanto, adianto que há denúncias de que a formação de professores é precária no que diz respeito às questões étnico-raciais. É fato que essas temáticas são superficialmente abordadas em cursos de Pedagogia e Licenciatura pelo país. Um primeiro esforço, talvez, seja incorporar esses temas no ensino superior para, em médio e longo prazo, gerar um corpo de conhecimentos para quem se aventura na sala de aula.
Em seguida, é valido salientar que muitos temas pertencentes a essa discussão já estão dentro escola. A prática de capoeira, samba ou hip hop, religiões como umbanda ou candomblé, a estética negra, exemplos de negros em posições de sucesso, comentários sobre o 20 de novembro, ofensas de cunho racial, entre outras, são elementos que muito provavelmente surgem com alguma recorrência nas escolas. Eles podem ser utilizados como trampolins para se aprofundar as temáticas, além de partirem da vivência das próprias crianças e jovens. Cultura afro-brasileira, portanto, não se trata de um tema alienígena. Ele já está presente, esperando para ser abordado.
Finalizo, assim, reiterando a importância de se ensinar relações étnico-raciais não apenas visando a atender as demandas de um segmento, por sua vez significativo da população, senão com o objetivo de promover, aos poucos, uma alternativa à forma como a própria sociedade se enxerga.Valorizar a cultura afro-brasileira como um componente nacional, estudar a história mundial com um olhar menos eurocêntrico, compreender as lutas do movimento negro pela igualdade social e racial no país, bem como pela superação do racismo, são etapas dessa transformação. Esses são passos que interessam a todos/as e que vão além da escola, sem dúvida. Mas é nela também que concentramos algumas das alternativas nessa frente de tantos caminhos.

terça-feira, 22 de julho de 2014


     Diversidade marca nova leva de heróis

Editoras modificam personagens para atrair público, e movimentos sociais comemoram.


Se alguém fosse congelado em 1991 e acordasse 23 anos depois, tal como aconteceu com o Capitão América, demoraria a compreender as mudanças por que o mundo passou. A começar pelo próprio herói, que deixou de ser vivido pelo caucasiano Steve Rogers e passou armadura e escudo para o negro Sam Wilson, seu antigo assistente, como a Marvel anunciou esta semana.

A diversidade nos quadrinhos não ficou restrita ao herói que veste as cores da bandeira americana. Thor, o deus do trovão, passará a ser vivido por uma mulher. E Archie Andrews, clássico personagem dos quadrinhos americanos, morrerá ao defender um amigo gay. A mudança nas páginas das revistas pode ser passageira, mas é vista com entusiasmo por representantes de movimentos sociais.

Diretor do Movimento Negro Unificado na Bahia, Ivonei Pires gosta da mudança.

— O negro é invisível em algumas sociedades. Se fizermos um levantamento, veremos que a maioria dos personagens negros aparecem de forma pejorativa. Essa mudança faz aumentar a autoestima — afirma Ivonei, que acredita que estas ações ajudam a naturalizar as relações sociais.

— Vai chegar um tempo em que a questão das raças será natural, não discutiremos a cor de um herói. Fico feliz porque tenho 41 anos e lembro que adorava ver as histórias do Capitão América. Agora, vou gostar ainda mais — diz.

Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, afirma que o ambiente em que vivem os heróis é propício para que se lute por direitos.

— Nada mais coerente que a busca pelos direitos e pela justiça comece pela Sala da Justiça! Isso mostra que não há restrições de cor, gênero ou opção sexual para ser um herói. Existe uma prerrogativa de que para ser viril é necessário ser heterossexual. Não é verdade e, talvez, estes quadrinhos estejam começando a mostrar isso.

UNIVERSOS PARALELOS:

O episódio da morte de Archie não é o único que aborda o tema da homossexualidade. No ano passado, a orientação sexual do primeiro Lanterna Verde, personagem da editora DC Comics, foi reformulada. Na época, o episódio gerou controvérsia por se tratar de uma modificação no perfil de um personagem em um universo paralelo: ativistas afirmaram que seria melhor para o movimento se algum personagem assumisse a homossexualidade no universo regular.

Outra capa ligada à causa LGBT foi feita pela Marvel com o herói Estrela Polar, que aparece casando com o namorado. A edição foi feita logo após o governo do estado de Nova York autorizar o casamento de pessoas do mesmo sexo, em julho de 2011.
As reviravoltas nos quadrinhos, porém, podem ter vida curta. Segundo o historiador Ronaldo Assis, especialista no gênero, as editoras adotam uma política para atrair o público de tempos em tempos, mas que só dura durante o período de certa narrativa.

— As editoras entenderam que o mundo mudou e que é necessário atrair novo público. A primeira tentativa foi inserir personagens secundários de diferentes etnias, opções sexuais e nacionalidades, mas não teve tanto apelo — conta ele, que observa as mudanças com cautela. — Agora eles estão investindo em transformar suas principais estrelas, mas são escolhas empresariais. Já existiu época em que mataram quase todos os heróis e eles, depois, reviveram. Não acredito que todas as mudanças permaneçam — diz.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vítimas de discriminação racial terão atendimento na Grande Florianópolis


Nesta terça-feira (13), o Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Estácio de Sá, em São José, na Grande Florianópolis, lança o projeto SOS Racismo. A proposta é prestar assistência jurídica e psicológica às vítimas de discriminação racial. O evento está marcado para às 19h e terá a participação do ex-ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o sociólogo João Carlos Nogueira.
O SOS Racismo vai funcionar dentro do campus da instituição e resulta de uma parceria entre o Núcleo de Práticas Jurídicas e o curso de Psicologia. Sob a supervisão de professores, alunos do curso de Direito e Psicologia farão os atendimentos a partir da próxima segunda (19).
Para a coordenadora do projeto, Edelu Kawahala, o racismo é um conceito que contempla casos de discriminação motivados pela cor da pele e por outras características físicas típicas das diferentes populações. "O racismo é também uma discriminação calcada em relações de poder. O simples pertencimento a um grupo étnico-racial muitas vezes torna-se motivo de opressão e desqualificação, o que deve ser combatido", afirma.
Os atendimentos serão feitos no Núcleo de Práticas Jurídicas, na Avenida Leoberto Leal, 431, em São José, na quinta à tarde, das 13h30 às 17h30, e na sexta pela manhã, das 8h30 às 12h. É necessário agendar o atendimento pelo telefone 3381 8079 ou pessoalmente.

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/05/vitimas-de-discriminacao-racial-terao-atendimento-na-grande-florianopolis.html

terça-feira, 6 de maio de 2014

O que nos é ensinados na escola em relação a cultura indígena?


Essa imagem retrata fielmente o que é ensinado nas escolas brasileira, onde as diferenças culturais existente nos grupos indígenas é tratada pela nossa sociedade com muita indiferença. Muitas das vezes temos uma visão completamente equivocada da cultura indígena, que liga o índio como sendo o “Homem que vive no mato”, “Homem que anda nu”, “Homem que pesca com arco e flecha”. Essas concepções nos são internalizados dentro de nossas escolas quando criança. A cultura indígena é muito mais rica e grandiosa do que aquilo que até hoje nos é passado nas escolas brasileiras. Isso sem contar com o fato de que só lembramos-nos dos índios apenas no dia 19 de abril que foi uma data criada e decretada em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, como forma de homenagear povo indígena e nos outros 364 dias do ano é simplesmente ignorado.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Racismo no Brasil

Pode ser contra negros, asiáticos, índios, mulatos, e até com brancos, por parte de outras raças. Por terem uma história mais sofrida com o preconceito, os negros são principal referência quando é discutido o tema racismo.